Perde-se em algum lugar do espaço o que de mais puro eu havia guardado. contorce-se violentamente até não caber mais em si, quebra. e eu sou assim mesmo, assumo a culpa por não saber dar a segunda chance. por não poder, por nunca conseguir. não lembro de ter prometido mudar.
dói saber que hoje você só faz mal, gratuita e propositalmente. causa-me náuseas intermináveis, agride-me com as maiores pedras que por ventura cruzarem o teu caminho. arranha-me a pele, machuca-me a alma. escolhe então as mais duras palavras e as arremessa contra mim, enquanto destrói qualquer resquício de sentimento que tenha esquecido-se de morrer. artilharia pesada, pelo simples prazer em travar batalha.
vai, caminha pra bem longe daqui. dê o maior número de passos que puder sem olhar pra trás. leva contigo toda a verdade, a mesma que você deixou escorrer por entre os teus dedos sujos de uma culpa velada. nem o peso da injustiça será capaz de me parar, de me cansar, de me questionar quanto aos meus próprios valores. nem o gosto da maquinada impunidade irá amargar os mais ensolarados dias. não guardo mágoa, não sinto rancor. não sinto mais nada.
não esquece de fechar a porta.
A gente deixa de fazer, de sentir, de ser. Seja por altruismo, receio ou até mesmo por vaidade. Traçar limites dentro de relações é um comportamento quase que instintivo, não queremos nos machucar assim como não querermos ser a causa da ferida aberta no peito de quem se ama. Não de propósito.
Não mais tocar no assunto - foi o conteúdo da promessa feita à mim mesma.
Os olhos tentam ocultar qualquer sinal de insatisfação, mas nos traem enquanto fitam o chão de maneira obsessiva. Pecamos com o silêncio contido em uma expressão triste. Pesada. A nossa mente revela ter um poder masoquista inigualável e se diverte com a memória de toda e qualquer palavra já proferida.
Prometi. Pra não doer em mim, pra não te fazer repetir.
Continuo não entendendo.
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